Autores: Nísia Martins do Rosário, Ricardo de Jesus Machado.
Publicado na Revista Fronteiras – estudos midiáticos (ONLINE) da Unisinos, na sua edição de Maio/Augusto, v. 21, n. 2 (2019).
O objetivo deste artigo é dar início a uma problematização sobre as interrelações possíveis entre a Semiótica da Cultura (russa) e o Perspectivismo Ameríndio com vistas a compor chaves de interpretação de dinâmicas interculturais de sociedades que não se enquadram à cultura ocidental hegemônica. Busca-se interpelar a compreensão dos processos de comunicação com vistas às semioses a partir de reflexões sobre o tema da antropofagia/canibalismo na cultura dos povos da floresta. Desde já entendemos que é preciso haver um considerável deslocamento para a compreensão das semioses, dos processos de significação, do entendimento das linguagens, da organização dos códigos e do pensamento de uma cultura ameríndia, tendo em vista a reflexão sobre um ambiente extracultural em relação a cultura em que se inserem os pesquisadores. O argumento desse texto se encaminha para defender o fato de que há uma construção semiótica coerente e diferenciada que pode ser estudada nas construções de semioses dos corpos nas culturas indígenas brasileiras e que aqui denominamos semiofagia – um misto de semiótica e antropofagia que ganha força pelo perspectivismo ameríndio.
Palavras-chave: Comunicação. Semiótica da Cultura. Perspectivismo Ameríndio. Antropofagia.
http://revistas.unisinos.br/index.php/fronteiras/article/view/fem.2019.212.09/60747260